segunda-feira, abril 04, 2005

Terry Chievo

Eu estive a ler o post do PAZ, e concordo com ele, faz-me muita confusão deixar alguem morrer à fome e a sede.
Eu sou a favor da eutanásia, para doentes em estado terminal de forma a terminar o seu sofrimento.
Contudo neste caso, não sei, mas algo não me deixa confortável.
Segundo a Carta dos Direitos do Homem, toda a gente tem direito a se alimentar, portanto acho infrigimos os nosso deveres.
Matar alguém a fome e a sede não me parece uma forma condigna de terminar com o sofrimento, pois até que a que se morra deve-se sofrer imenso. Logo não estamos a acabar rapidamente com aquilo que mais queremos, não estamos a dar uma overdose de morfina em que as pessoas não sentem o que se passa e terminam a sua vida pacificamente e com o minimo de sofrimento.
De certeza que todos voces já tiveram algum dia com sede, e sabem o que custa esperar até poderem beber alguma coisa. Agora imaginem que iriam ter que esperar não uma hora ou duas horas até beberem a vossa agua mas um dia, dois dias , uma semana. ou nunca mais. Isto não será tortura?Não é o que se foi o que foi feito aos prisioneiros para que eles falem-se?!

1 Comments:

Blogger Pedro said...

Viva HUGO,
Eu também sou a favor da eutanásia para doentes terminais, em que a vida deixa de ter sentido e passa a ser um sofrimento constante e irreversível.
A questão mais pertinente coloca-se aqui... a partir de quando estamos perante uma situação dessas? Será mesmo um estado irreversível? Qual seria a vontade da pessoa em causa? Quem tem o direito de falar em seu nome?
Na Califórnia por exemplo, existe um seguro de vida que tem um documento chamado “Living Will” que contem o seguinte:
• Um documento legal estipulando o tipo de tratamentos e assistência médica desejada numa situação de tratamento necessário para toda a vida.
• Selecção de uma pessoa responsável, com capacidade de tomar decisões.
• Selecção de advogados qualificados.

Acho que algo deste género será um ponto de partida, que permite ter uma ideia da vontade de cada um. Não sendo necessário depois especular, em tribunal, sobre o que é que quem, queria e o quê...

Neste caso especifico, pareceu-me que existiu uma enorme covardia quando chegou o momento de tomar decisões. O tribunal concluiu que estado em que Terri se encontrava, era irreversível e nada digno e optaram por colocar um fim a este sofrimento.
Não optaram pela eutanásia porque ninguém “tirou a vida” a Terri, acharam por bem simplesmente deixarem-na morrer por si só...

Quanto ao que ela pode ter sofrido com a retirada do tubo, aí já acho o assunto um pouco mais subjectivo ainda...
As lesões cerebrais eram tais que poderiam não lhe permitir qualquer sensação, afinal de contas a eutanásia só deveria ser aplicável em caso de morte cerebral e não como um escape a uma realidade difícil...

O que eu tentei transmitir até agora, foi que sou a favor da eutanásia:
• Em último caso;
• Se for da vontade da pessoa em causa;
• Apoiada por pessoas responsáveis e da confiança dessa pessoa;
• Com o apoio legal e judicial;
• De forma digna e sem “palhaçadas”.

segunda-feira, abril 04, 2005 9:55:00 da manhã  

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